O jovem Gabriel Santos de Sales morreu às 5h desta quinta-feira (29), segundo informou a Secretaria municipal de Saúde. Ele estava internado desde o dia 19 no Hospital Salgado Filho, no Méier, na Zona Norte do Rio, depois de percorrer cinco hospitais da Baixada Fluminense e do Rio de Janeiro para conseguir atendimento médico.
De acordo com a secretaria, o corpo do jovem será levado para o Instituto Médico Legal (IML). Na quarta-feira (28), Gabriel já tinha apresentado uma piora no seu quadro de saúde e precisou voltar para o CTI.
Gabriel foi internado depois de cair da laje de casa em Xerém, na Baixada Fluminense. Ao dar entrada no Hospital Salgado Filho, ele foi submetido a uma neurocirurgia e chegou a ficar em coma induzido, segundo informou a Secretaria municipal de Saúde.
A Secretaria informou ainda que a regulação do paciente não foi feita pelo Samu Baixada, como determina o protocolo do Ministério da Saúde para os casos de urgência e emergência.
A Secretaria estadual de Saúde enviou durante a tarde desta quinta-feira uma nota sobre o caso:
"A Secretaria de Estado de Saúde lamenta a morte do jovem Gabriel Sales. E para que situações como essa não voltem a acontecer, destaca que abriu na própria semana do ocorrido uma sindicância para apurar todos os fatos. Já foi encaminhado às Secretarias de Saúde de Duque de Caxias e do Rio de Janeiro notificação para esclarecimentos sobre o atendimento ao paciente nas unidades municipais.
SES-RJ reafirma compromisso de sempre buscar melhorar o atendimento ao cidadão do Rio de Janeiro."
A Secretaria municipal de Saúde e Defesa Civil informou que o paciente foi atendido pela Prefeitura do Rio no Hospital Municipal Salgado Filho, onde recebeu o atendimento necessário ao seu quadro clínico. De acordo com a direção da unidade, os procedimentos adotados pelo corpo clínico seguiram todos os protocolos assistenciais. O paciente esteve durante toda sua estada no hospital monitorado em unidades intensivas, com equipamentos de suporte à vida à disposição. A família do paciente está sendo acompanhada diretamente pela direção, que está prestando todos os esclarecimentos necessários.
Em relação ao Hospital Municipal Souza Aguiar, na ocasião, a unidade estava com o serviço de neurocirurgia atendendo a três casos graves simultâneos, sendo dois de acidente vascular cerebral hemorrágico e um baleado. Além disso, não houve contato prévio com a Central de Regulação municipal por parte de sua unidade de origem. Para minimizar os riscos e garantir a segurança dos pacientes, a Prefeitura do Rio reafirma a importância dos pacientes sob orientação da Central.
De lá, Gabriel foi levado para o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna. O destino seguinte foi o Hospital Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte da cidade. Após mais uma tentativa frustrada, encaminharam o jovem para o Hospital Souza Aguiar, no Centro. Sem alternativa, o destino foi o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, no subúrbio, onde, segundo a família, Gabriel chegou a fazer exames, mas não pôde ficar internado. Já era 23h quando Gabriel chegou ao Hospital Salgado Filho.
Sérgio Côrtes afirmou que o erro foi no primeiro atendimento, no posto de saúde em Xerém. "Na unidade de saúde em que ele está, [o procedimento é] entrar em contato com a central de regulação e solicitar uma vaga para evitar essa peregrinação, essa absurda peregrinação durante 90 quilômetros. Toda a rede de urgência e emergência estava avisada que naquele período de 19 h até as 2 da manhã o tomógrafo [do Hospital Saracuruna] estava em manutenção. Mas tinha ressonância magnética, poderia ter sido feita. Então o grande erro foi a não-solicitação da transferência. Isso fez com que ele peregrinasse, literalmente, por vários hospitais, até que finalmente foi atendido no Hospital estadual Carlos Chagas, onde foi acolhido, foi feita a tomografia, foi feito o diagnóstico do traumatismo craniano e então solicitada a vaga para o Hospital Salgado Filho, quando ele foi finalmente transferido", explicou.
"A Secretaria de Saúde de Duque de Caxias informa que fez seu papel ao prestar o primeiro atendimento a Gabriel Paulino. Seu estado foi estabilizado na Unidade Pré-Hospitalar de Xerém e encaminhado a unidade referência do município para politraumatizados: o Hospital Estadual Adão Pereira Nunes. Não cabia à UPH de Xerém acionar a Central de Regulação de Leitos do Estado. O paciente, após o atendimento preliminar que salvou sua vida, foi encaminhado para o hospital especializado mais próximo, o Adão Pereira Nunes, que pertence ao Estado do Rio de Janeiro e deveria ter acionado a central."
Sobre a falta de atendimento no Hospital municipal Souza Aguiar, a prefeitura disse que a unidade estava atendendo a três casos graves na neurocirurgia, por isso não havia vagas naquele momento.
Fonte: G1 / O guarda de israel
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