O composto, denominado esqualamina, foi descoberto em 1993, mas o estudo, publicado na revista Proceedings of the National Academies of Sciences, é o primeiro a explorar seu potencial uso contra vírus humanos.
Os cientistas testaram a esqualamina, produzida a partir do fígado do cação-espinho (''Squalus acanthias''), em laboratório e em cobaias. Eles descobriram que a substância inibe ou controla infecções virais e em alguns casos pareceu curar os animais dos males que sofriam.
A esqualamina foi sintetizada em laboratório em 1995 e não é mais extraída dos tubarões.
As culturas de tecido mostraram que a substância é capaz de "inibir a infecção de células humanas de vasos sanguíneos pelo vírus da dengue e de células do fígado de se infectarem com hepapite B e D", destacou o estudo.
Pesquisas feitas em animais demonstraram que o composto controlou a febre amarela, o vírus da encefalite equina oriental e o citomegalovírus murino, um tipo de vírus herpes que afeta roedores.
"É, claramente, uma droga promissora, e diferente em seu mecanismo de ação e estrutura química, de qualquer outra substância atualmente investigada para tratar infecções virais", disse Zasloff.
"Nós ainda não otimizamos a dose de esqualamina em quaisquer dos modelos animais que estudamos e, assim, ainda não conhecemos os benefícios máximos terapêuticos e protetores que podem ser ativados nestes sistemas", acrescentou.
"Mas estamos suficientemente convencidos da promessa da esqualamina como agente antiviral e por isso pretendemos levar este composto aos humanos".
A esqualamina é segura para uso em humanos e tem sido considerada uma ferramenta em potencial para combater o câncer e doenças oculares. Alguns testes clínicos para este fim estão em andamento.
"Em alguns dos testes iniciais, a esqualamina demonstrou uma atividade significativa e promissora, tanto em algumas formas de câncer quanto na retinopatia diabética", explicou Zasloff à AFP por e-mail.
O cientista descobriu a esqualamina em 1993 e também é conhecido por suas pesquisas sobre as propriedades antibióticas naturais da pele do sapo.
Fonte: AE / Meio Norte
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