"Meninas não a deixavam em paz", afirma Tricia Normam. Polícia aponta falta de evidências.
Novas evidências foram divulgadas sobre o suposto caso de cyberbullying que causou o suicídio de uma adolescente de 12 anos de Lakeland, na Flórida, nos Estados Unidos. Em 2013, a garota pulou de um local de produção de cimento onde costumava ficar com os amigos. Cerca de um mês depois, duas adolescentes foram acusadas de assédio pelas redes sociais.
Katelyn Roman, 12 anos, e Guadalupe Shaw, 14 anos, foram acusadas de terem causado o suicídio de Rebecca. Entretanto, um mês depois as acusações foram retiradas. Os advogados das acusadas disseram que não havia nenhuma evidência para dar continuidade ao caso.
Agora que o extenso arquivo da polícia sobre o caso tornou-se público, surgiram novas questões sobre as evidências de cyberbullying.
Segundo a diretora da instituição Embrace Civility in the Digital Age, Nancy Willard, o caso é um exemplo de como a lei e os meios de comunicação podem ser usados para fazer um julgamento rápido.
Willard afirma que, quando o bullying implica em suicídio, outros fatores estão envolvidos. A polícia, entretanto, se defendeu dizendo à Associated Press que nunca afirmou que o bullying havia sido a única razão para o suicídio de Rebecca, mas que os agressores contribuíram para a decisão da menina.
De acordo com os arquivos da polícia, Rebecca lutava contra a depressão resultante da relação ruim com o pai e queixava-se de brigas entre a mãe e o padrasto. De acordo com o canal CNN, os arquivos também afirmam que Rebecca se cortou em algumas ocasiões, tinha pensamentos suicidas e havia passado por uma avaliação psiquiátrica por dois dias.
Em novembro de 2012, Rebecca acusou a mãe de abusar dela e depois retirou a acusação. Ela disse que foi incentivada por colegas de escola a mentir. A adolescente afirmou que outros jovens a empurraram para fora da escola e disseram que só a deixariam voltar à aula se contasse uma mentira a um policial. A mãe de Rebecca negou que tenha abusado da filha, mas afirmou que bateu no rosto da adolescente uma vez.
Em suas anotações, Rebecca escreveu sobre suicídio e fez buscas na web sobre quantas comprimidos para dormir deveria tomar para morrer apenas algumas semanas antes de sua morte.
A mãe da adolescente insiste que o bullying foi a principal causa do suicídio da filha. Tricia Normam afirmou ao jornal local The Ledger que as pessoas estão procurando outras fontes de culpados.
— Eu realmente não acho que houve outros fatores envolvidos. O que estava chateando Rebecca eram essas meninas que não a deixavam em paz.
Tricia disse em uma entrevista ao canal CNN que quando as alegações de cyberbullying começaram a ganhar as manchetes, a página da garota na rede social Ask.fm foi excluída. Por isso, qualquer evidência de bullying pode ter sido apagada. Norman e a polícia estão em uma missão para garantir que as empresas por trás dos perfis que desapareceram podem ser usadas para manter registros de publicações e fornecê-los à Justiça quando for preciso.
O Ask.fm disse que colabora com as autoridades e recentemente acrescentou uma página de "segurança" em seu site onde afirma que os casos de bullying não serão tolerados. Na época em que o caso ocorreu, Grady Judd, da polícia local, disse que a menina era "absolutamente aterrorizada nas redes sociais".
A adolescente recebia por sua página no Ask.fm várias perguntas como "Por que você ainda está viva?" e pedidos para que ela se matasse.
Rebecca chegou a trocar seu nome nas redes sociais por "Aquela Garota Morta".
Fonte: R7 /
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Foto: Reprodução/Facebook
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