Ontem reli a Parábola do Semeador, e fiquei pasma com o que Jesus disse há mais de dois mil anos e que está se tornando realidade nos dias de hoje. Antes, vamos rever essa passagem:
Vejam bem: os cuidados deste mundo e a sedução das riquezas sufocam a Palavra, tornando-a infrutífera. Mas será que isso se refere também à Teologia da Prosperidade, e não apenas àqueles que trocam o Evangelho pelas benesses materiais?
Eu penso que sim. Ora, Jesus disse que a busca pelas riquezas torna a Palavra infrutífera, e o que vemos nas igrejas onde se prega a famigerada Teologia da Prosperidade?
Crentes totalmente carnais, infantis, que crêem cegamente em tudo o que seu mentor espiritual diz, pois uma das leis dessa diabólica teologia é que se deve obedecer sem titubear a todas as instruções do líder ungido, senão Deus não prospera. E isso significa dar trízimos, ofertas de R$ 900,00, tomar banho de óleo, comprar rosa ungida, participar de atos proféticos patéticos etc.
Crentes não transformados. A Palavra de Deus nos diz que em Cristo somos novas criaturas, porém o que vemos é mais do mesmo num Brasil onde os que se dizem cristãos evangélicos crescem exponencialmente. Há cidades onde os evangélicos são maioria, e há bairros e ruas repletos de igrejas (já cheguei a ver, anos atrás, três denominações diferentes bem vizinhas, grudadas umas nas outras, numa importante rua da zona leste de São Paulo). Porém, nos últimos dez anos diminuíram as taxas de violência? Houve diminuição na corrupção? O brasileiro está mais honesto? Infelizmente não, e isso se explica porque não estão ocorrendo conversões verdadeiras no mesmo ritmo em que pessoas estão atendendo ao apelo de muitas dessas igrejas da prosperidade. Quando vemos que, em recente pesquisa, descobriu-se que a maioria dos deputados da bancada evangélica têm pendências judiciais, fica claro que muitas igrejas não estão promovendo a conversão de almas para Cristo, mas apenas amontoando membros para demonstrar poder, uma falsa espiritualidade e aumento de sua arrecadação através dos dízimos e ofertas que esse público paga para ter acesso à carteirinha de membro da instituição.
Crentes “descrentes”. Como a ênfase da grotesca Teologia da Prosperidade não é a busca de Deus por quem Ele é, mas a conquista de vitórias e riquezas através da busca de “deus”, seus fiéis, como bons consumidores deste mundo “capetalista” (ouvi essa expressão do Pr. Maurício, da Igreja Batista Nacional da Vila Paulicéia), se sentem no direito de pesquisar o mercado eclesiástico gospel, até achar a igreja onde as promessas de “deus” cheguem de forma mais rápida e com menores custos. Assim, esse é um dos motivos da grande migração que há entre fiéis nas igrejas: estou na congregação X, mas aí fico sabendo que na Y tem um pastor milagreiro, então vou para lá. Mas o milagre demora para chegar, e vejo na TV a campanha das 70-sextas-feiras-13 da congregação W, que dizem que é tiro e queda, então vou para lá buscar minha bênção. Deixo de crer em Cristo, para crer no ministério onde eu consigo alcançar tudo aquilo que líderes inescrupulosos me ensinaram que é meu direito adquirido, por ter me associado ao mundo gospel. E minha descrença só tende a aumentar, já que a prosperidade real, nesse mundo “capetalista”, é coisa para poucos – em geral, para os próprios líderes desses ministérios.
Esses são alguns dos frutos da obtusa Teologia da Prosperidade. Alguém duvida de que se trata de uma teologia totalmente infrutífera, segundo os desígnios de Deus?
Os grandes artistas gospel (pregadores e “levitas”) que pregam essa monstruosa Teologia da Prosperidade deveriam realmente se converter a Deus (pois estão convertidos a Mamom e seus demônios) e ter mais amor e respeito pela Palavra, já que se dizem adoradores de Cristo. Que Deus lhes abra os olhos enquanto ainda há tempo, e que permita que muitos dos que estão sob seus enganos se voltem para a verdade do Evangelho.
Igreja brasileira, chega de jogar sementes nos espinheiros! A Palavra de Deus, quando pregada em verdade, produz os verdadeiros frutos do Espírito, que se refletem individualmente e na sociedade ao nosso redor.
VOLTEMOS AO EVANGELHO PURO E SIMPLES,
O $HOW TEM QUE PARAR!
Fonte: Vera Siqueira em Uma estrangeira no mundo
Extraído do: LIBERTOS DO OPRESSOR
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