A paquistanesa Fakhra Younus, vítima de um ataque de ácido, se matou, em Roma, na Itália, após ter passado por mais de 30 cirurgias nos últimos onze anos para reparar as cicatrizes em seu rosto desfigurado pela violência.
A ex-dançarina de 33 anos foi atacada por seu então marido, um ex-deputado que é filho de um político poderoso do Paquistão, em maio de 2000.
O suicídio de Fakhra, ao pular no último dia 17 de março do prédio onde morava em Roma - cidade onde estava vivendo e recebendo tratamento -- e o retorno de seu corpo ao Paquistão reacenderam o interesse no caso, que recebeu grande atenção internacional na época do ataque.
A morte de Fakhra ocorre menos de um mês depois de um cineasta paquistanês ganhar o primeiro Oscar do país por um documentário sobre as vítimas de ataque com ácido.
A triste história de Fahkra não só mostra a situação lamentável de muitas mulheres no Paquistão, uma país conservador de maioria muçulmana, mas também de como a elite rica e poderosa ainda fica impune em alguns casos.
O ex-marido de Fahkra, Bilal Khar, acabou absolvido no caso, mas muitos acreditam que ele usou suas conexões para escapar garras da lei, algo comum no Paquistão.
Mais de 8.500 ataques com ácido, casamentos forçados e outras formas de violência contra as mulheres foram relatados no Paquistão em 2011, de acordo com a Fundação Aurat, uma organização de direitos das mulheres. Como o grupo se baseou principalmente em relatos da mídia, o número real de agressões é provavelmente muito maior.
Mulheres atacadas com ácido pedem punições mais rígidas
Caso Fakhra
Fakhra Younus era uma dançarina adolescente que trabalhava no distrito da luz vermelha da cidade de Karachi, quando ela conheceu seu futuro marido Bilal Khar, filho de Ghulam Mustafa Khar, ex-governador da maior província do Paquistão, Punjab. Bilal, que tinha pouco mais de 30 anos, casou-se com a jovem. Foi o terceiro casamento do rapaz.
O casal ficou junto por três anos, mas Fakhra eventualmente deixou o marido porque ele supostamente a abusava fisica e verbalmente.
Ela alegou que Bilal foi até a casa de sua mãe, enquanto ela estava dormindo em maio de 2000, e derramou ácido em seu corpo na presença de seu filho de 5 anos de idade, fruto de outro relacionamento. O rosto de Fakhra ficou completamente desfigurado.
Bilal sempre negou o ataque. Em entrevista recente, concedida logo após o suicídio de Fahkra, o paquistanês contou que outro homem, com o mesmo nome, foi o responsável pela agressão. (Com AP)
Com informações do UOL
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