Em um mercado que procura explorar cada vez mais a segmentação para lucrar, já surgiram sites, redes sociais e páginas para vídeos focados exclusivamente no público evangélico. No Brasil existem cartões de crédito e até uma operadora de celular “gospel”.
Num futuro próximo os russos disponibilizarão a escolha entre redes WiFi generalizadas e as adaptadas para uso de religiosos. Ou seja, haverá uma internet “só para cristãos”. Ao mesmo tempo, estão sendo desenvolvidos navegadores que filtram informações “indesejadas”.
A princípio, os pontos de acesso destas redes especiais ficarão perto dos templos e em locais de grande concentração de pessoas, como parques e shoppings. O acesso será gratuito.
A elaboração dessa rede foi ideia do Conselho Interconfessional da Rússia. A maior denominação do país é a Igreja Ortodoxa e ela possui um departamento responsável pela “interação da Igreja e sociedade da Rússia”.
Seu presidente, o sacerdote Roman Bogdasarov, explicou que essa rede WiFi cristã “não deixará sair mensagens de caráter extremista e sectário ou pecaminoso. Também bloqueia informações com fatos históricos falsificados”.
“Não dizemos que nessa Internet só haverá sermões do patriarca ou sites ortodoxos. Haverá muitas coisas, inclusive cinema normal… e filmes russos e estrangeiros que infundem nas pessoas tais valores corretos como moral tradicional, patriotismo, proteção da família e crianças“, explica Bogdasarov. Os elementos principais na filtragem dessa “internet pura” são postagens que defendam a homossexualidade e o ódio religioso.
Ao mesmo tempo, representantes de outras religiões mostraram interesse pelo projeto. “Agora muitas pessoas mesmo as que não desejam isso frequentemente recebem informações indecentes através da Internet. […] Convém proteger os nossos jovens a crianças deste fenômeno”, declarou o presidente adjunto do Conselho de líderes muçulmanos da Rússia, Rushan Khazrat Abbyasov.
A Rússia tem convivido com diferentes formas de filtragem de informações. O projeto rublev.com não mostra resultados das pesquisas sobre “pornografia” ou “violência”. Para muitos, isso não passa de uma tentativa do governo de monitorar e censurar o livre acesso à informação, que sempre caracterizou a internet.
Com informações de The Guardian /
GP