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quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Catadores estão comercializando carnes que vão para o lixão para vendedores de espetinhos
O chefe da Divisão Final dos Resíduos Sólidos do Aterro Sanitário de Teresina, Antônio de Castro Lopes, confirmou ontem que os catadores de lixo montaram um esquema de aproveitamento das carnes e frios com data de validade vencida dos supermercados e frangos de granjas de abate de aves que vão para o lixão para a venda para espetinhos de carne.
Segundo ele, um dos catadores de lixo fica em local na frente do Aterro Sanitário para avisar aos que estão no local onde o lixo é soterrado avisando quando a carga é de carnes e frios.
“Os catadores fazem isso abertamente e vendem muito para os espetinhos de carne, principalmente da Rodoviária dos Pobres”, falou o motorista da Qualix Francisco Vieira, que estava ontem no Aterro
Sanitário esperando a liberação e pesagem de sua carga de lixo.
Os motoristas da Qualix contam como mudou o comportamento dos catadores de lixo usando o exemplo de uma vaca que estava morrendo por ter caído de uma carga e seria sacrificada com um golpe de faca no pescoço dentro do Aterro Sanitário, mas em alguns minutos o animal foi cortado e ficou apenas a carcaça.
A descoberta de que os catadores de lixo estão aproveitando as carnes bovina, de caprino e de frangos para comercialização com os vendedores de espetinhos foi feita pelos estudantes da disciplina Saúde Ambiental do curso de Enfermagem da Universidade Federal do Piauí (Ufpi), ministrado pela professora Maria do Livramento Figueiredo, ex-secretária municipal de Meio Ambiente.
Os alunos da disciplina, 11 no total, foram visitar o Aterro Sanitário, mas foram alertados pela direção de que não deveriam ir até o local onde o lixo é soterrado porque existem catadores violentos e especializados na coleta de material de valor como jóias, dinheiro e bolsas de grifes.
Foram avisados que que poderiam ser agredidos e ter as câmeras fotográficas destruídas pelos catadores.
“Todos ficaram chocados principalmente pela informação de que as carnes e frios que vão para os aterros são comercializadas para vendedores de espetinhos que todos compram e comem nas ruas.
Ficaram também impressionados que a direção do Aterro Sanitário saiba disso e não sejam tomadas providências”, falou a professora do curso de Enfermagem da Ufpi Maria do Livramento |Figueiredo.
Antônio José de Castro Lopes basicamente confirmou, em entrevista ao Jornal Meio Norte, as informações prestadas aos estudantes da Universidade Federal do Piauí. Ele disse que no Aterro Sanitário de Teresina existem muitos pais de famílias que vivem da coleta do lixo e outros “que usam aqui para outras atividades”.
“Usam para coisas indevidas. As pessoas que atuam aqui são catadores, nós fazemos o controle, não têm acesso pela entrada, mas como é uma área muito grande que tem gente aqui que eu não sei quem é”, falou Antônio José de Castro Lopes.
Segundo ele, no Aterro Sanitário trabalham cerca de 180 catadores de lixo.
“Os catadores estão encontrando objetos de valor aqui dentro. Nós temos o péssimo hábito de tudo o que não presta para a gente jogar no lixo. Vem para cá telefones celulares com pequenos defeitos, as pessoas jogam no lixo jóias, por engano, dinheiro porque muitas pessoas guardam dinheiro em casa, jogam bolsas dentro de sacos de supermercados e quando vão jogar as coisas no lixo jogam as coisas que estão dentro dos sacos, mesmo sendo de valor, acham até bolsas Victor Hugo. Encontram muitos relógios. Isso tem mais valor, encontram roupas de valor, de marcas”, declarou Antônio José de Castro Lopes.
Antônio José de Castro Lopes disse que os os catadores pegam carnes no Aterro Sanitário. “Dentro dos caminhões compactadores Vêm carnes, frangos, restos de frangos, vêm toscana e muitos frios. Os catadores acabam pegando esses produtos. Não permitimos que passem por aqui, pela entrada, mas são 50 hectares cercados de arames e eles passam e levam esses produtos para consumir, negociam. Eles mesmo comentam que vendem para as pessoas que vendem espetinhos. Eles mesmo são quem comentam. Eles sabem que são caminhões de carnes e frios porque ficam na entrada do Aterro observando os produtos que os interessam”, declarou Antônio José de Castro Lopes.
Os catadores que vendem carnes e produtos de valor ganham até R$ 300 por dia.
Repórter: Efrém Ribeiro
Fonte: Portal meio norte
Olá. Vc tem twitter?
ResponderExcluirQueria repassar esse post pelo twitter.
Abraço. Deus abençoe.
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